sexta-feira, 5 de junho de 2009

Chorar pelo leite derramado?

A campanha para o mais novo livro de Chico Buarque de Hollanda “leite derramado” teve um início competente e muito promissor. O livro foi manchete de capa para os mais requisitados jornais do país, a matéria incluía entrevista com o próprio autor do livro, extensos comentários de críticos respeitados e ainda vinha com um gostinho das principais passagens escolhidas, pessoalmente, pelo reverenciado artista.
Além disso, foi veiculada na televisão e rendeu entrevistas em diversos programas culturais. No rádio, Chico teve a felicidade de recitar o primeiro parágrafo de seu livro. Para nós, ouvintes, o apelo é muito forte, sua voz popularmente conhecida é muito valorizada e rara de aparição publica.
Uma campanha desse porte é cara e extremamente bem planejada, utilizou muito bem a imagem que o artista possui e selecionou os meios ideais para atingir um publico especifico. Até então tudo caminhava perfeitamente, o problema veio depois.
Um novo filme a ser lançado pode comprometer os esforços e investimento da campanha leite derramado. O filme baseia seu roteiro no livro do próprio Chico Buarque, Budapeste. O longa metragem dirigido por Walter Carvalho pode gerar muitos obstáculos para o sucesso do novo livro. Primeiramente, em função do filme, haverá um interesse maior em ler Budapeste para posteriormente assistir ao filme. Em segundo lugar, as pessoas que assistirem ao filme e não gostarem, irão atribuir o demérito também para o autor do livro. Além disso, uma campanha ofusca a outra.
Mesmo assim, não arriscaria dizer que Chico não esta gostando disso tudo. Afinal, seu nome não para de ser repetido e isso para um artista, escritor, compositor e poeta é essencialmente fundamental para o negócio. Uma coisa é certa, para o sereno Chico a única coisa que foi derramada é verde e pelo jeito caiu bem dentro do seu bolso.

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